The morning after a snowstorm, the world seemed to exhale in hues of blue and gold. The sky stretched wider, a richer blue than I’d remembered, and the sun, unrelenting in its brilliance, kissed the white snow with a glow that felt almost warm despite the bite of winter air. It was as though Nature herself had seized this canvas of untouched white to amplify the light, painting a picture so vivid it whispered an invitation: Step outside. Live.

January often lingers in the shadow of its predecessors—those glittering, celebratory months filled with lights, warmth, and joy. But on this day, it declared its own radiance. It reminded me that even in the quiet, cold corners of the year, there is light. There is promise.

We, too, sometimes live in shadows—shadows of others or of the selves we once were. A version of ourselves we cling to, not because it fits, but because it’s familiar. It’s easy to forget that like the seasons, like the waxing and waning moon, we are meant to change. Yet change often feels like a risk, doesn’t it? The fear of losing what we know outweighs the excitement of what we might gain. We hold tight to what has already slipped through our fingers, blind to the possibility of what lies ahead.

But what if we shifted our gaze? What if, instead of mourning what’s gone, we focused on the strength and beauty of who we are becoming? What if we allowed ourselves to breathe deeply, to move forward—not with fear, but with quiet confidence?

Like that dazzling winter day after the snow, we are capable of shining brighter than we thought possible. There is power in the pause, grace in the growth, and brilliance in the boldness to embrace the change. All it takes is the courage to see it.

Na manhã após um dia em que nevou intensamente, o mundo parecia respirar em tons de azul e dourado. O céu parecia mais amplo, de um azul mais profundo e o sol, implacável no seu brilho, beijava a neve branca com um resplendor que quase aquecia, apesar do frio cortante do Inverno. Era como se a própria Natureza tivesse aproveitado esta tela de branco intocado para amplificar a luz, pintando um quadro tão vívido que sussurrava um convite: Aproveita e saí! Vive!

Janeiro muitas vezes permanece na sombra dos meses que o antecederam — aqueles meses festivos, repletos de luzes, calor e alegria. Mas, neste dia, ele proclamava a sua própria luminosidade. Como se nos quisesse lembrar que mesmo nos cantos silenciosos e frios do ano, há luz. Há promessa.

Também nós, por vezes, vivemos na sombra,  sombra de outros ou de versões antigas de nós mesmos. Uma versão à qual nos agarramos, não porque nos sirva, mas porque nos é familiar. É fácil esquecer que, tal como as estações, tal como a lua que cresce e mingua, somos feitos para mudar. E, no entanto, a mudança frequentemente parece um risco, não é? O medo de perder o que conhecemos sobrepõe-se à emoção do que poderíamos ganhar. Agarramo-nos ao que já se esfumou, cegos à possibilidade do que está por vir.

Mas e se mudássemos o nosso olhar? E se, em vez de lamentarmos o que perdemos, nos concentrássemos na força e na beleza de quem nos estamos a tornar? E se nos permitíssemos respirar fundo, avançar, não com medo, mas com uma confiança serena?

Tal como aquele dia deslumbrante de Inverno após a neve, também nós somos capazes de brilhar mais do que imaginávamos. Há poder na pausa, graça no crescimento e brilho na ousadia de abraçar a mudança. Tudo o que é preciso é a coragem para o ver.