I Smell Coconut – Necessary Nuisances

Hello, dear readers. Jack here.
A dignified gentleman of a cat, wrapped in the deepest black coat you’ve ever seen — save for two secret white spots: one on my chest and one on my belly. Blink, and you’ll miss them. Elegant camouflage, I say.

I am a philosopher. A porch breeze enthusiast. A soft blanket connoisseur. A firm believer that dinner should always arrive precisely when I decide it’s time. I tolerate coconut oil — barely — because I understand the long game of love.

I am a senior cat, yes, but don’t let that fool you. I’m wise, sweet, calm, and just the right amount of dramatic. I live indoors with access to a screened-in back porch, where I hold important meetings with the wind and supervise bird activity. And I communicate clearly — especially when my litter box needs a spa day or my food bowl is suffering from emptiness.

Let me tell you a little more about the Air B&B my human runs.

When I arrived, she sneezed quite a lot (and cried even more). I was concerned, to be honest. She looked heartbroken and allergic — not a good combo for a cat like me who had already lost so much. I thought I might be returned to the shelter. But no. This lady has a heart the size of a thundercloud. She vacuumed constantly, wiped everything I touched, and sniffled her way through it all like a brave little mop.

I remember the first time she tried to remove me from my room to clean it. I clung to the carpet like it was the last life raft on Earth. “No, no, no!” I shouted with my claws. But she spoke gently. She offered treats. She negotiated. And when I returned, everything was fresh — bedding washed, fountains cleaned, food and water perfectly arranged, and the litter box? Sparkling.


Now I know the drill. Every week she vacuums my room and washes my bedding. While she works, I get the run of the house — even the porch. It’s my freedom day. A gentleman needs a bit of a roam.

Every day I get fresh food at least twice. (I always aim for more. Dignity doesn’t mean you can’t be strategic.) My litter box is cleaned immediately after I use it — I simply call for room service. You see, I don’t like doing my business and then sitting next to it like some barn cat. I have standards.

And I do my part.
Litter box full? I stand in front of it with meaning and give her a look that says, “Excuse me… you forgot something.”
Food bowl empty? I lead her to it like a maître d’. She’s good, but not psychic.

I run a tight ship.

And let me tell you about the water fountains. Oh yes, there are three. But only one is worthy of a cat like me: the one in the living room, beside the window with a full backyard view. Birds. Trees. Peace. Ambiance.
The one in my room? Faces the front of the house. Cars. Strangers. Noise. Too close to the food bowl. Unacceptable.

Let’s talk grooming.
I groom myself, thank you very much. Sleek, sophisticated, meticulous. But Mommy doesn’t trust that. She’s always peeking through my fur like I’m smuggling secrets. Sniff sniff. Part the coat. Brush brush. It’s endless.

(Okay… maybe I do hide a few secrets. But that’s beside the point.)

Now… coconut oil.
The dreaded coconut oil.
She warms it in her hands and calls to me sweetly — suspiciously sweetly. If I had a five-second warning, I’d vanish under the couch faster than you could say “moisturize.”

But I never make it. She’s sneakier than she looks.
One minute I’m being adored. The next, I smell like a fruit basket and feel like someone buttered a velvet loaf.

And then… flea treatment day.
Oh, I know. She tries to be subtle, but I know. I see that tiny tube and my soul leaves my body.
But do I fight? No.
I pace dramatically. I rub against the furniture like a tragic hero. I perform. But I sit through it — because deep down, I know she’s looking out for me.

She watches my skin.
She checks my ears.
She talks to me when I meow from the porch, or the stairs, or the moonlight.
She gives me soft places to sleep and fresh water to drink, and she never forgets I matter.

She treats me like I’m something important.

And I suppose… I am.

(But the coconut oil? I still vote no.)

— With purrs and porch breezes,
Jack

Sinto Cheiro a Côco – Contrariedades Necessárias

Olá, queridos leitores. Sou eu, o Jack.
Um cavalheiro digno, envolto no mais profundo manto preto que já viram, excepto por dois segredos: uma manchinha branca no peito e outra na barriga. Pisquem, e não as veem. Uma camuflagem elegante, digo eu.

Sou um filósofo. Um entusiasta da brisa no alpendre. Um conhecedor de mantas fofas. Um firme defensor de que o jantar deve chegar precisamente quando eu decido que está na hora. Tolero o óleo de côco, a muito custo, porque compreendo o longo jogo do amor.

Sou um gato sénior, sim, mas não se deixem enganar. Sou sábio, meigo, calmo e… dramaticamente encantador. Vivo dentro de casa, com acesso a um alpendre nas traseiras coberto por rede, onde decorrem reuniões importantes com o vento e supervisiono os passarinhos. E sou um bom comunicador, especialmente quando a caixa de areia precisa de uma sessão de spa ou o meu prato está tristemente vazio.

Deixem-me contar-vos um pouco mais sobre o AirB&B que a Mamã gere.

Quando cheguei, ela espirrava bastante (e chorava ainda mais). Fiquei preocupado, para ser honesto. Parecia de coração partido e alérgica, uma combinação nada ideal para um gato que, como eu, já tinha perdido tanto. Pensei que talvez me devolvesse ao abrigo. Mas não. Ela tem um coração do tamanho do mudo. Passava o tempo de aspirador em punho, constantemente a limpar tudo o que eu tocava e fungava com coragem de esfregona na mão.

Lembro-me bem da primeira vez que tentou tirar-me do quarto para o limpar. Agarrei-me ao tapete como se fosse a última tábua de salvação. “Não, não, não!” gritei com as garras energicamente presas na carpete. Mas ela falou com doçura. Ofereceu-me biscoitos. Negociou. E quando voltei, estava tudo impecável: cama lavada, fontes de água reluzentes, comida e água fresquinhas, e a caixa de areia? A brilhar.

Agora já conheço a rotina. Todas as semanas, ela aspira o meu quarto e lava a minha cama. Enquanto isso, posso andar à vontade pela casa e ir até ao alpendre onde passo o tempo que me apetece. É o meu dia de liberdade. Um cavalheiro precisa de esticar as patas, sabem?

Todos os dias recebo comida fresca pelo menos duas vezes. (Tento sempre arranjar mais. A dignidade não impede a estratégia.) A caixa de areia é limpa logo a seguir a cada visita, basta eu chamar o serviço de quartos. Não gosto de fazer as minhas necessidades e depois ficar ali ao lado como um gato de quinta. Tenho padrões.

E eu também colaboro.
Caixa cheia? Fico ali à frente a olhar, como quem diz: “Esqueceste-te de alguma coisa, não foi?”
Tigela vazia? Levo-a até lá, como um verdadeiro maître. Ela é boa, mas não é vidente.

Sou exigente, sim. Mas justo.

E as fontes de água? Temos três. Mas só uma está à altura de um gato como eu: a da sala, junto à janela com vista para o quintal. Pássaros. Árvores. Paz. Ambiente.
A do meu quarto? Dá para a frente da casa. Carros. Gente. Barulho. Muito perto da comida. Inaceitável.

Falemos agora de higiene.
Cuido de mim, obrigado. Brilho, elegância, rigor. Mas a Mamã não confia. Está sempre a espreitar por entre o meu pelo como se eu escondesse contrabando. Cheira aqui, separa acolá, escova escova escova. É um sem-fim de inspecções.

(Pronto, talvez eu esconda alguns segredos. Mas são meus.)

Agora… o óleo de côco.
O temível óleo de côco.
Ela aquece-o nas mãos e chama-me com aquela voz doce, demasiado doce. Se eu tivesse cinco segundos de aviso, desaparecia debaixo do sofá mais rápido do que ela conseguia dizer “hidratar”.

Mas nunca consigo escapar. Ela é mais rápida do que parece.
Num instante estou a ser mimado, no outro cheiro a salada de frutas e sinto-me como um muffin barrado com manteiga.

E depois… vem o dia do tratamento das pulgas.
Ah, eu sei. Ela tenta disfarçar, mas eu sei. Vejo aquele tubinho minúsculo e a minha alma sai do corpo.
Mas luto? Não.
Dou umas voltas dramáticas. Esfrego-me nos móveis com ar de mártir. Faço a minha encenação. Mas fico quieto, porque, lá no fundo, sei que é por bem.

Ela vigia a minha pele.
Inspeciona as orelhas.
Fala comigo quando eu canto da varanda ou das escadas.
Dá-me mantas macias e água fresca, e nunca se esquece de quão eu sou importante.

Ela trata-me como se eu fosse algo precioso.

E suponho que… sou.

(Mas o óleo? Continuo a votar contra.)

— Com ronrons e brisas de varanda,
Jack

Leave a comment