Deixem-me contar-vos uma história de Amor.

Era uma vez dois mundos que se encontraram em Lisboa. Uma vida inteira partilhada tem altos e baixos, felicidade, risos e lágrimas, nunca perfeição, porque isso não seria Vida, mas foi sem dúvida rica em Amor.

E o Amor fortalece-se nas pequenas coisas para enfrentar as grandes batalhas; modifica-se com pequenos nadas para se intensificar nos momentos dificeís.

Um dia um dos mundos enfraqueceu e o outro mundo ficou abalado e abraçados enfrentaram o Universo.  Um dava força com a sua presença, palavras, caricias, o outro lutava para ficar melhor, para não deixar o outro sozinho e porque o Amor tem destas coisas, leva-nos a pensar mais no outro do que em nós próprios. E com esse pensamento, ganhou forças, lutou contra o mundo e contra os seus medos. E melhorou e voltou para ao pé do outro mundo, mesmo sabendo que seria por pouco tempo, mesmo sabendo que teria apenas tempo para lhe trazer mais um sorriso ao rosto, mesmo sabendo que seriam apenas mais uns momentos partilhados…

Um dia eu fui visitar esses mundos e matar saudades e ouvi a mais bonita declaração de amor que podia ouvir: “Sabes, eu fiz tudo para ficar melhor para poder voltar para ao pé da tua mãe, porque ela estava sozinha… mas agora fiquei contente e mais descansado, ainda bem que vieste.”

E o Amor renovou-se, intensificou-se e manteve-se firme e vivo  e guardou as boas recordações e perdoou as más e um mundo defendeu o outro até ao limite e todas as canções de amor fizeram sentido, porque o Amor é melodia, poesia e força e é algo mais e maior que nos leva a enfrentar os impossíveis. E por um instante, aqueles olhos sorriram de novo e os corações bateram mais forte um pelo outro, tal como no dia em que se encontraram em Lisboa pela primeira vez.

Let me tell you a story of Love.

Once upon a time, two worlds met in Lisbon. A lifetime shared has its ups and downs, happiness, laughter, and tears—never perfection, because that wouldn’t be Life—but it was undoubtedly rich in Love.

And Love strengthens itself in the little things to face the big battles; it changes with small gestures to intensify in the difficult moments.

One day, one of the worlds weakened, and the other world was shaken, but together they faced the Universe. One gave strength with its presence, words, and caresses, while the other fought to get better, to not leave the other alone, because Love has this way of making us think more of the other than of ourselves. And with that thought, strength was regained, battles were fought against the world and its own fears. It got better and returned to the other world, knowing that it would be for a short time, knowing that it would only have time to bring one more smile to the other’s face, knowing that they would share only a few more moments…

One day, I went to visit those worlds to catch up, and I heard the most beautiful declaration of love I could ever hear: “You know, I did everything to get better so I could go back to your mother, because she was alone… but now I feel at peace and more relaxed, I’m glad you came.”

And Love renewed itself, intensified, and remained strong and alive, holding onto the good memories and forgiving the bad ones. One world defended the other to the limit, and all the love songs made sense, because Love is melody, poetry, and strength—it is something more and greater that drives us to face the impossible. And for a moment, those eyes smiled again, and the hearts beat stronger for each other, just as they did the first time they met in Lisbon.