
Last year, I put together these two photos to show the contrast between two seasons: Fall and Spring.
Next year, I imagine I’ll do it again — this time, to show the “before and after” of a backyard touched by construction.
I know already: I will miss the peaceful commotion of the wildlife.
For a city girl like me, this little patch of earth was pure heaven — a front-row seat to Nature’s endless challenges and wondrous changes. Learning to adapt to this new way of living was both a delightful adventure and a humbling lesson.
I ate what the wildlife kindly allowed me to harvest from my vegetable garden.
I watched flowers bloom and learned which species could live in symbiotic harmony — and which should politely be kept apart.
Each day, my backyard filled my heart — and brain — with more wonder and knowledge than I could have ever imagined.
I witnessed greatness in the smallest moments.
I battled organized societies — yellow jackets and ants, stubborn little dynasties.
I fought mercenaries like fleas and ticks.
I found myself cursing deer and wild rabbits who treated my garden like an all-you-can-eat buffet — and then worrying when they stopped showing up.
I uncovered “mysteries” buried in the soil, left behind by unknown visitors.
I wished for a glimpse of foxes, who remained ever-elusive, the backyard’s silent legends.
And somewhere along the way, I learned to admire — and even hope to find — a creature I once disliked: the Praying Mantis.
An unexpected ally in my war against fleas and ticks, this tiny insect won my reluctant respect.
To this day, I am still slightly appalled that such a small creature can carry such an intense, piercing stare — the kind that makes you mumble an apology whenever you stumble upon it, as if you’ve interrupted some great, secret ceremony.
I will miss these days — this chapter of magic and mess, of mud on my boots and wonder in my heart.
But change is coming, as it always does.
Another season to raise a glass to.
Another story, waiting to grow roots.
No ano passado, fiz esta montagem fotográfica para mostrar o contraste entre duas estações: Outono e Primavera.
No próximo ano, imagino que o farei novamente — desta vez, para mostrar o “antes e depois” de um jardim tocado pela construção.
Sei, desde já, que vou sentir falta da agitada tranquilidade da vida selvagem.
Para uma rapariga da cidade como eu, este pequeno pedaço de terra foi um verdadeiro paraíso, um lugar na primeira fila para testemunhar os desafios e as maravilhas constantes da Natureza. Aprender a adaptar-me a este novo estilo de vida foi, ao mesmo tempo, uma aventura deliciosa e uma lição de humildade.
Comi o que a vida selvagem generosamente me deixou colher na minha horta.
Vi as flores desabrochar e aprendi quais as espécies que podiam viver em harmonia simbiótica e quais deviam ser educadamente mantidas separadas.
Cada dia, o meu jardim encheu meu o coração e a minha mente com mais admiração e conhecimento do que eu alguma vez poderia imaginar.
Assisti à grandeza nos mais pequenos momentos.
Travei batalhas contra sociedades organizadas, como as vespas e as formigas, e verifiquei que são dinastias teimosas e persistentes.
Enfrentei mercenários implacáveis, como pulgas e carraças.
Encontrei-me a praguejar contra veados e coelhos selvagens que viam a minha horta como um restaurante self-service, e depois, em contraste, a preocupar-me quando deixavam de aparecer.
Descobri “mistérios” enterrados no solo, deixados por visitantes desconhecidos.
Ansiava por avistar raposas, que permaneceram sempre esquivas, lendas silenciosas do quintal.
E, algures neste caminho, aprendi a respeitar, e até a desejar encontrar uma criatura que antes me causava repugnância: o Louva-a-Deus.
Encontrei nesse pequeno insecto um aliado inesperado na minha guerra contra pulgas e carraças, e conquistou o meu respeito a custo.
Ainda hoje fico um pouco espantada com o facto de um ser tão pequeno carregar um olhar tão intenso e penetrante, daquele tipo que nos faz pedir desculpa em voz baixa, sempre que damos de caras com ele e interrompemos, sem querer, o seu grande ritual secreto.
Vou sentir falta destes dias, deste capítulo de magia e confusão, de botas enlameadas e coração maravilhado.
Mas a mudança aproxima-se, como sempre acontece.
Mais uma estação a brindar.
Mais uma história, pronta a criar raízes.

