People keep telling me I’ve grown.
They say it with warmth, with admiration.
But I don’t quite see it—
Not the way they do.
Because truth be told,
I feel like I’ve shrunk.

Shrunk not in body,
But in spirit.
I’ve made myself smaller—
Quieter—
Not to be seen,
Not to be heard,
Not to be noticed.
As if invisibility could guard me from more hurt.

I’ve shrunk to fit into molds I never chose,
To be accepted,
To belong.
I’ve whispered instead of speaking,
Smiled when I wanted to cry,
Nodded when I wanted to run.
I shrieked inside, but kept it hidden—
All for the sake of making others comfortable
While losing sight of myself.

But here’s the thing—
I was already grown.
I had stretched myself beyond pain,
Grown past fears,
Stepped far outside the borders of comfort.
I had even grown through beliefs
I no longer needed,
And into values I truly held.
That was growth.
Real, hard-earned growth.

Now, I find myself slowly unfolding
This smaller version of me.
Tenderly unwrapping each layer,
As if coaxing a wilted flower back into bloom.
And yes, it’s taking time—
More time than I’d hoped.
But time, after all, is not the enemy.
Time is the space where healing lives.

I want to feel free again.
To feel joy that doesn’t need to be earned.
To take up space—my space—without apology.
And so I remind myself:
Growth isn’t always expansion.
Sometimes,
it’s the quiet, stubborn act
of reclaiming all the pieces you once tucked away.

And that, too,
is growing.

Resgate

Dizem-me que cresci.
Dizem com ternura, com admiração.
Mas eu não vejo assim—
Pelo menos, não da mesma forma.
Porque, na verdade,
Sinto que encolhi.

Não em corpo,
Mas em alma.
Fiz-me mais pequena—
Mais silenciosa—
Para não ser vista,
Para não ser ouvida,
Para não ser notada.
Como se a invisibilidade pudesse proteger-me de novas feridas.

Encolhi para caber nos moldes que a sociedade espera,
Para ser aceite,
Para pertencer.
Sussurrei quando queria falar,
Sorri quando queria chorar,
Assenti quando queria fugir.
Gritei por dentro, mas calei-me—
Tudo para não incomodar,
Enquanto me ia perdendo de mim.

Mas a verdade é que
Eu já tinha crescido.
Tinha-me esticado para além da dor,
Ultrapassado medos,
Saído das margens do conforto.
Tinha deixado para trás crenças que já não me serviam,
E abraçado valores que realment me definem.
Isso, sim, era crescimento.
Crescimento real, conquistado com esforço.

Agora, encontro-me a desdobrar
Esta versão pequena de mim.
Com cuidado, com ternura,
Como quem tenta fazer uma flor murcha voltar a florescer.
E sim, está a levar tempo—
Mais do que gostaria.
Mas o tempo, afinal, não é o inimigo.
O tempo é o espaço onde vive a cura.

Quero voltar a sentir-me livre.
Quero sentir alegria sem precisar merecê-la.
Quero ocupar o meu lugar—sem pedir desculpa.
E por isso, recordo-me:
Crescer nem sempre é expandir.
Às vezes,
é o ato silencioso e persistente
de resgatar todas as partes de nós
que um dia escondemos.

E isso, também,
é crescer.