Cytotechnologist Day

Hoje celebra-se Cytotechnologist Day, porque é o dia em que George Papanikolaus (“pai” da Citologia) nasceu, em 1883, em Kymi, na Grécia.

Mas afinal quem são e o que fazem estes “Cytotechnologist people”?
Quando me perguntam o que faço, normalmente respondo que trabalho no laboratório e imediatamente segue-se “Ah! Tiras sangue!” “Não, não tiro sangue…” E o caos começa:
“Então fazes o quê?!”

Em Portugal temos, ou pelo menos eu tive, uma formação mais generalizada, na área da Anatomia Patológica, e começo sempre por referir as biópsias e depois intoduzo o exame de Papanicolaou, “sabe aquele que é feito na consulta de ginecologia? Pois é mais nessa área.”

Mas somos tão mais do que um simples frasquinho ou lâmina: todos nós que trabalhamos em citologia sabemos que numa fracção de um instante temos que tomar decisões que influenciam todo um resultado: cell-block ou não? O que implica a avaliação da existência de sedimento para uma preparação para Histologia ou não. Álcool ou secar ao ar? Só o tempo que leva a dizer já demasiado para tomar a decisão… E isto tem como consequência a escolha da maneira como os detalhes celulares vão ser evidenciados ao microscópio… pois o microscópio!

Olhar para uma célula e identificar o órgão do corpo humano a que pertence! Interessante não é?! Mais do que interessante: constatamos diariamente como é incrivel esta máquina de adaptação que é a nossa forma básica de existência chamada Célula! Porque Citologia é o estudo da célula e o corpo humano é constituido por células, logo toda a situação em que há colheita de células ou descamação ou células em suspensão, faz parte do estudo da Citologia: punções aspirativas por agulha fina (PAAF)/ fine needle aspirations(FNA), liquidos das cavidades serosas, esfregaços celulares, urinas, expectoração, só para dar alguns exemplos.

Isto é o dia a dia de quem trabalha em Citologia, não importa onde no planeta! Somos curiosos, observadores, resolvemos problemas, fazemos perguntas, tentamos encontrar respostas, somos apaixonados pelo que fazemos, preocupamo-nos com as consequências das nossas decisões, escutamos, analisamos, somos pacientes, pacificadores e no fim de um dia de trabalho questionamo-nos se fizemos o suficiente.

Com a Citologia a noção de “quanto mais cedo melhor” em relação a diagnósticos pré-cancro, tornou-se mais tangível. E os programas de screening estão agora mais generelizados e cada vez mais nas áreas do diagnóstico molecular o que significa mais cedo no desenvolvimento da doença (detecção precoce) e mais exacto no tratamento, logo melhor prognóstico.

Parabéns George Papanikolaus!
Parabéns Citologia!

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