If Christmas glows with candlelight, the Eve of St. Anthony sparkles with the fire of Lisboa’s soul.

Every year, on June 12th, as the sun dips behind the hills, Lisboa awakens into a celebration unlike any other. It is a night stitched with tradition, laughter, and longing — one that has remained unchanged through centuries.

Though once all three saints were celebrated (St George, St. Vincent and Saint Anthony) over time, St. Anthony’s night became the night — a night that belongs to the people as much as it does to the saint.

The city fills with light. Balconies bloom with paper flowers and streamers. The scent of grilled sardines, green peppers, and thin pork steaks drifts from tiny charcoal grills set up in front of homes, in alleys, along stairways. Bread is sliced, wine and sangria are poured,  Glasses clink, strangers toast as friends.

Earlier on June 12th, the special St. Anthony weddings — the Noivas de Santo António — take place, supported by Lisboa’s City Hall. Couples gather to be married under the saint’s blessing, honoring his role as the eternal matchmaker. Later that evening, the newlyweds often parade with joy as part of the Marchas, cheered by the crowds.

And when night fully falls, Lisboa transforms into a stage.

The grand parade of the Marchas Populares takes over Avenida da Liberdade. Each neighborhood, dressed in shimmering costumes, proudly marches and dances to songs that echo old Lisboa. Months of preparation culminate in this joyful competition, where music, love, and a little healthy rivalry fill the air.

The city becomes one giant family — singing, dancing, eating together. People sit wherever they find space — the stairways, the sidewalks, the hills embracing everyone under June’s warm night.

The next day, June 13th, belongs to tradition and devotion: the solemn mass at the Sé Cathedral and the peaceful procession through the old streets of Lisboa, honoring the city’s beloved saint.

It is pure happiness.
It is Lisboa, breathing.

And every year, as I sit beneath those lights, hear the laughter, taste the first grilled sardine of summer, I quietly wish: may this never change. May Lisboa always keep this night of St. Anthony alive in her heart.

A Noite Mágica de Lisboa: A Véspera de Santo António

Se o Natal brilha à luz de velas, a Véspera de Santo António cintila com o fogo da alma de Lisboa.

Todos os anos, a 12 de Junho, quando o sol se esconde por trás das colinas, Lisboa desperta para uma celebração como nenhuma outra. É uma noite bordada de tradição, alegria e saudade,  uma noite que resiste ao tempo.

Em tempos, os três santos padroeiros de Lisboa, S. Jorge, S. Vicente e Santo António, eram todos celebrados. Mas com o passar dos anos, a noite de Santo António tornou-se a noite — uma noite que pertence tanto ao povo como ao santo e, aos poucos eclipsou as outras festas.

A cidade enche-se de luz. As varandas florescem com manjericos, fitas e balões de papel. O aroma de sardinhas assadas, pimentos verdes e bifanas nas grelhas improvisadas à porta de casa, espalha-se pelas ruelas, ao longo das escadinhas. O pão não pode faltar  e o vinho e a sangria são também convidados. Os brindes ouvem-se, desconhecidos tornam-se amigos.

Mais cedo, no próprio dia 12 de junho, realizam-se os emocionantes casamentos de Santo António — as Noivas de Santo António, organizados pela Câmara Municipal de Lisboa. Casais reúnem-se para celebrar o início das suas vidas em comum sob a bênção do santo casamenteiro. Mais tarde, durante a noite, os noivos costumam desfilar com alegria nas Marchas, saudados por todos.

E quando a noite cai verdadeiramente, Lisboa transforma-se num palco.

O grande dedfile das Marchas Populares invade a Avenida da Liberdade. Cada bairro, com trajes brilhantes, desfila e dança ao som de músicas que ecoam a velha Lisboa. Meses de preparação culminam neste concurso alegre, onde música, amor e rivalidade saudável enchem o ar.

A cidade torna-se uma grande família, a cantar, a dançar, a partilhar a mesa. As pessoas sentam-se onde há espaço, nas escadinhas, nos passeios.  As encostas da cidade acolhem todos sob o calor da noite de junho.

No dia seguinte, 13 de junho, cumprem-se as tradições mais sagradas: a missa solene na Sé Catedral e a serena procissão pelas ruas antigas de Lisboa, em honra do seu santo de coração.

É pura felicidade.
É Lisboa, a respirar.

E todos os anos, enquanto me sento sob essas luzes, ouço as gargalhadas e saboreio a primeira sardinha assada do verão, faço um desejo em silêncio: que isto nunca mude. Que Lisboa guarde sempre, no coração, esta noite de Santo António.