The moment I read the word mellow, a familiar tune instantly began playing in my mind—soft chords echoing like a gentle invitation to pause. And as the melody unfolded, my thoughts drifted to one of her favorite places, pulling me into a quiet search through old photographs, tucked away like fragile whispers of time.

That’s when I found this one.

I may not recall every detail, but some memories have a way of staying vivid in the heart. Lisbon. A summer afternoon, heavy with heat, after a long day at work. Instead of heading straight home, as routine would suggest, I followed an unspoken call to linger a little longer, to give space for the day to softly dissolve before the night.

My wandering feet carried me toward a garden—one I used to visit with my Vóvó, many years ago. As I entered, the subtle changes revealed just how much time had quietly slipped by since my last visit. The paths were polished, the trees stood taller, and yet, the essence remained—a sanctuary woven into the fabric of my childhood.

To my surprise, nestled within the garden was a lovely outdoor café where I decided to sit and enjoy the view from the scenic overlook. The city’s rooftops stretched before me, bathed in warm, golden light.

I ordered a Ginger Ale, adorned with a simple slice of lemon. Its cool sparkle was the refreshment I hadn’t known I was longing for—a delicate balance of sweetness and zest, perfectly attuned to the moment.

There, beneath the warm Lisbon sun, time seemed to soften. The city hummed gently around me, but within that pocket of quiet, the world felt lighter. I sipped, I breathed, I remembered.

Sometimes, the most magical moments are the ones we never plan—the mellow interludes that gently remind us to simply be.

Uma Memória Serena em Lisboa

Mal li a palavra sereno (ou mellow), uma melodia familiar começou de imediato a tocar na minha mente — acordes suaves, como um convite delicado para fazer uma pausa. E, à medida que a música se desenrolava, os meus pensamentos levaram-me até um dos seus lugares preferidos, conduzindo-me numa busca tranquila por fotografias antigas, guardadas como sussurros frágeis do tempo.

Foi então que encontrei esta.

Talvez não recorde todos os pormenores, mas há memórias que permanecem nítidas no coração. Lisboa. Uma tarde de verão, abafada pelo calor, depois de um longo dia de trabalho. Em vez de seguir diretamente para casa, como ditaria a rotina, deixei-me levar por um impulso silencioso de demorar um pouco mais, de dar espaço ao dia para se dissolver suavemente antes da noite chegar.

Os meus passos levaram-me até um jardim — aquele onde costumava ir com a minha Vóvó, há muitos anos. Ao entrar, as pequenas mudanças denunciaram quanto tempo já passara desde a última visita. Os caminhos estavam mais cuidados, as árvores mais altas, e, ainda assim, a essência mantinha-se — um refúgio tecido na memória da infância.

Para minha surpresa, aninhado no jardim, havia um acolhedor café ao ar livre, onde decidi sentar-me e apreciar a vista do miradouro. Os telhados da cidade estendiam-se à minha frente, banhados pela luz dourada do entardecer.

Pedi um Ginger Ale, decorado com uma simples rodela de limão. O seu brilho fresco era o refresco de que eu nem sabia precisar — um delicado equilíbrio entre o doce e o cítrico, perfeitamente ajustado ao momento.

Ali, sob o sol quente de Lisboa, o tempo pareceu abrandar. A cidade murmurava suavemente à minha volta, mas naquele recanto tranquilo, o mundo parecia mais leve. Bebi, respirei, recordei.

Por vezes, os momentos mais mágicos são aqueles que não planeamos — os intervalos serenos que nos recordam, com doçura, a arte de simplesmente ser.