Nestes dias em que se aproxima um novo ano, lembrei-me de recordar outras festas de outros anos.
Permitam-me que comece assim: numa altura em que éramos cinco lá em casa, poucas foram as vezes que celebrámos a Passagem de Ano fora de casa. Sempre recebemos bem cada ano que se aproximava e sempre nos despedimos bem de cada ano que se ia embora. Houve anos felizes e outros nem tanto, mas tratávamos sempre cada um com igual respeito.
Alegria pelo que vinha ou alegria pelo que se ia embora, esse era o espírito da festa: as boas recordaçōes que queriamos criar ou as que tínhamos criado. Celebrávamos o bom, bridávamos ao bom, o resto, o que não correu como gostaríamos, bem o resto “era história”.
Chegado o último dia do ano era uma correria entre o chegar a casa depois de um dia de trabalho e os preparativos para a festa. Tudo sempre decidido à ùltima hora, porque tal como diz a minha mãe “é quando se tomam as melhores decisões!”. Confesso que eu, com o passar dos anos estou quase a dar-lhe razão! Todos aqueles pormenores que pareciam tão importantes perderam a importância. Ficaram os sorrisos, os brindes, os “não, não ” às fotografias, os borrifos com espumante, os risos pelas tentativas de comer as passas a cada badalada (nunca consegui!), a correria para encontrar um sitio seguro em casa para onde subir à meia-noite (dizem que dá sorte e que ajuda a melhorar o ano que chega) e, já me esquecia, abrir as janelas e portas, luzes acesas e fazer barulho! Estas são as recordações que tornaram aqueles dias tão especiais! Depois “correr” para cumprimntar os amigos e vizinhos! Ir para a varanda ‘bater as panelas’ (para receber o novo ano e mandar embora o ano velho) e ver qual é a rua que fazia mais barulho! Voltar para dentro de casa cantar, dançar, mesmo com quem foge da dança a “sete-pés” e fazer mais brindes e acabar com a garrafa de espumante entre risos e abraços. O que nunca conseguimos cumprir foi o nosso propósito de comermos um ultimo jantar do ano em “pompa e circunstância”, porque entre tantas coisas a fazer, jantávamos o que calhava… Mas havia sempre tempo para o último passeio do ano pelo bairro.
Parece um dia de “loucos”, mas a verdade é que o meu coração sente falta deste corrupio.
Um pensamento sobre “Throwback Thursday – As Festas”