Interessante ouvir falar tanto de amor num mundo tão vazio de sentimento, tão vazio de relações humanas. Parece que tentamos a todo o custo manter vivo o coração, numa sociedade que está a perder a alma. Não temos tempo a perder a construir ligações com outros seres vivos. Cada vez mais tempo é dinheiro e não nos podemos dar ao luxo de «desperdiçá-lo». Depois há que gastar dinheiro na compra de sinais para demonstrar amor. Estranha esta forma de viver, estranha esta civilização que nos ensina que é mais importante adquirir objectos para gerar sorrisos efémeros, do que viver momentos e criar recordações que nos tornarão eternos na memória de quem nos ama. Tesouro são as histórias que deixaremos para trás quando o nosso tempo se esgotar. Preciosidades são as palavras que ficaram marcadas na alma de quem fica. Sorrisos que vêm do coração e trazem um brilho diferente ao olhar são bens cada vez mais raros.
Não me interpretem mal: eu gosto de flores, chocolates e todos esse mimos, mas não são suficientes para fazerem sorrir a minha alma. Mas Amor vem da partilha: de tempo, de ideias, de palavras, de lágrimas. de sorrisos. Resumindo, Amor vem da partilha da Vida.